por Fernando Labanca
Predestinação, uma vida que era para ser, já estava escrito, assim era o destino do ser misterioso que veio para nosso planeta, se auto denominou de "Megamente" e nasceu para ser vilão. Quando chegou à Terra, acabou caindo numa prisão, onde teve os primeiros contatos com a maldade, ia para a escola, mas era ridicularizado pelos demais, por ser azul e ter uma cabeça enorme, é onde conhece o seu arqui-inimigo, um garoto bonito, inteligente e adorado por todos. Este, quando cresceu, se tornou o Metroman (Brad Pitt), o herói de Metro City, enquanto o outro, se tornou o mais terrível de todos os vilões, o Megamente (Will Ferrell) ao lado de seu fiel amigo, o Criado (David Cross).
Os anos se passaram, e Megamente já não era mais tão temido assim, suas maldades caíram na rotina, ele fazia coisas ruins para a população, principalmente para réporter Roxanne (Tina Fey), alvo preferido dele, e o Metroman a salvava, que devido sua adoração, ganha um Museu, até que no dia de sua inauguração, para surpresa de todos, perde uma batalha com Megamente e morre. Megamente ganha notoriedade, começa a roubar tudo o que queria, e assim como o desejo de todo vilão, dominar toda a cidade.
É quando se pergunta, e agora? Percebendo que ainda não estava feliz, chega a conclusão de que não existe um vilão sem um herói, e para isso, transforma um ex-cinegrafista, Hal (Jonah Hill) em super herói. Hal era um zero a esquerda e apaixonado por Roxanne, que por sua vez não lhe dava atenção, e percebe que ser um herói poderia enfim conquistá-la. Até que por incidente, Megamente, com seu "relógio" que o transforma em outras pessoas, acaba se transformando em Bernard, um funcionário do Museu e nisso, acaba conhecendo a bela repórter, e para sua surpresa, acaba se apaixonando, e tem a chance de tê-la por perto, logo que ela nunca se apaixonaria por alguém azul de face estranha.
Tudo muda para Megamente, está apaixonado e treinando Hal, o que ele não esperava é que Hal descobre que Roxanne está com outro e somando com o fato de que ser herói não o levaria para lugar algum, percebe que ser vilão é o que há. E nessas crises de identidades, onde o homem predestinado a ser herói morre, o cara que supostamente deveria se transformar em herói se torna o vilão, e Megamente que deveria ser o vilão, percebe que predestinação não é tudo, o destino, na verdade, é aquilo que ele escolhe.
Do diretor Tom McGrath, o mesmo de Madagascar e Madagascar 2, faz desta animação, uma das mais interessantes que surgiram recentemente, isso, devido principalmente ao roteiro bastante criativo, cheio de inovações e surpresas. Outro ponto que faz de "Megamente" um sucesso, são as personagens, Megamente é hilário, muito interessante, conhecemos durante os minutos de filme toda sua trajetória e torcemos por ele e até nos emocionamos com ele, mesmo sabendo que ele é o vilão, e este acredito que seja o grande triunfo do filme, conseguir com competência inverter os papéis, quebrando o arquétipo do vilão, e o transformando num ser adorável sem deixar de fazer maldades. Além dele, há seu amigo, o Criado, outro ser divertidíssimo, dono de cenas hilárias, e a doce repórter Roxanne, a mocinha muito bem inserida na trama, não sendo aquela chata que sempre é alvo, mas alguém que faz parte da história e até torcemos por ela.
A trilha sonora completa o show, com canções clássicas de AC/DC e Elvis Presley, até as instrumentais que fazem das cenas ainda melhores pelo sempre ótimo compositor Hans Zimmer. Além das locações, dos cenários, dos feitos, dignos de um filme de herói, uma animação caprichada que se esforça bem nas cenas de ação, além do 3D muito bem inserido no filme, que aliás, vale muito a pena vê-lo desta forma.
"Megamente" é uma animação, mais uma vez, indicada para todas as idades, logo que os já crescidos não se decepcionarão com toda a certeza! Um filme divertido, com boa piadas que faz rir fácil em todas as situações, além de um roteiro bem escrito que nunca se permite derrapar sempre tendo uma surpresa durante o longa, fugindo sempre do óbvio. Além de questões interessantes que o filme aponta, desde a ricularização que o personagem sofre na escola por ser diferente e como isso afetou toda sua vida, levantando aquela idéia de que os outros o transformaram num vilão, nos fazendo refletir sobre como nossa relação com outro pode lhe afetar, as maldades de algumas pessoas podem ser uma resposta daquilo que elas viveram. Além das clássicas, seja quem você é, o destino é você quem faz, tudo depende de suas escolhas, e aquilo que define o ser humano não é sua aparência, mas sim suas atitudes. Enfim, um belo filme, com boas intenções, que vale muito a pena ver! Recomendo, muito mais do que apenas entretenimento para um final de semana, mas um filme para se rever muitas outras vezes.
NOTA: 9,5
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe um comentário #NuncaTePediNada