Neste ano iniciei o especial "Os Melhores da Década" analisando o que houve de melhor no cinema entre os anos 2001 e 2010, deixei 2011, aliás, para correr atrás de muitos filmes dos últimos dez anos, além do fato de muitas obras de 2010 terem sido lançados nesses doze meses que passaram. Aproveitando o especial, escolhi um que é de fato muito especial, "As Melhores Cenas da Década", para celebrar os 3 anos do blog, lançado em dezembro de 2008.
Bom, escolher as melhores cenas não é tarefa muito fácil, houve inúmeras de excelente qualidade, o que explica o fato de eu não conseguir elaborar um TOP 15, serão 25 ao todo. Analisei diversos filmes e tentei buscar nas lembranças mais distantes (uooool) as que de fato me marcaram e que mereceram listar entre as melhores. Não só cenas, este especial busca relembrar sequências memoráveis, ou seja, valendo também um conjunto de cenas que deram um bom resultado.
Já aproveitando, um breve agradecimento às pessoas que pararam para ler nossas críticas durante esses 3 anos, mesmo que não sejamos críticos oficiais de cinema, apenas temos uma grande admiração à sétima arte. Obrigado, e Feliz Ano Novo.
por Fernando Labanca
Antes de mostrar a lista, vale citar as Mensões Honrosas. Alguns filmes estiveram na "pré-seleção", e não estarão entre os 25, mas ainda assim merecem ser destacados, como "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças", "(500) Dias com Ela", Cidade de Deus", "Homem-Aranha" e "Shrek".
Quanto as datas de lançamento dos filmes, respeitei a estréia em seus respectivos países de origem. Vamos ao top 25...
25º. Noturno na Casa Branca (X-Men 2, 2003)
direção de Bryan Singer
O melhor de todos os "X-Men's", superando até o superestimado
"Primeira Classe", o longa de Bryan Singer tem ótimas sequências de
ação, mas sem sombra de dúvida, a melhor de todas foi uma das primeiras
cenas, onde o até então desconhecido mutante surge, na Casa Branca,
surgindo e desaparecendo em questão de segundos, numa luta pra lá de
estilosa, conhecemos assim o Noturno (Alan Cumming), mutante misterioso
com o poder de se teletransportar rapidamente, sendo assim, invensível.
Cena muito bem arquitetada por Singer, uma das melhores de ação desta
década.
24º. A Libertação do Cisne (Cisne Negro, 2010)
direção de Darren Aronofsky
Lançado este ano aqui no Brasil, "Cisne Negro" marcou a grande atuação de Natalie Portman e entre tantos momentos de destaque, cito apena sua grandiosa cena final, onde a dançarina obsessiva Nina encarna de vez o papel que tanto almejava, o Cisne Negro e também o Cisne Branco, onde em seu ápice de loucura se vê enfim libertada de tanta pressão, e ali no palco, se joga do abismo dizendo "Foi Perfeito". Darren Aronofsky abusa da ilusão, e não sabemos o que de fato foi real ou fantasia, cada um encara a cena como desejar ou como conseguir interpretar.
23º. Ataque a Pearl Harbor (Pearl Harbor, 2001)
direção de Michael Bay
Michael Bay é o diretor dos blockbusters hollywoodianos, de fato nunca se preocupou com o que é real ou possível, e nem sempre conseguiu agradar com seus exageros. Pearl Harbor de 2001 não é de todo ruim, possui inúmeros defeitos, sendo o seu maior, transformar os norte-americanos em heróis e vítimas e numa dessas tentativas de mostrar o quanto os soldados sofreram (sem se quer citar o que eles fizeram logo depois com os japoneses) Michael realiza uma das cenas mais memoráveis do cinema no quesito "guerra", por mais forçada e mentisosa que ela seja, há beleza e é de extrema qualidade, seja nos efeitos especiais, seja nos efeitos sonoros (que aliás venceu o Oscar por eles), a cena do ataque é grandiosa, com direito a explosões realistas e muito barulho, enfim, valeu pelo filme inteiro, e por isso, merece estar aqui.
22º. Máscaras (O Fantasma da Ópera, 2004)
direção de Joel Schumacher
Joel
Schumacher está longe, bem longe de ser um dos bons diretores que
existe, já realizou inúmeras bombas no cinema, "O Fantasma da Ópera" não
é tão fantástico assim, mas se comparado com seus outros trabalhos, é
um de seus melhores. Há uma cena em especial que acho incrível e
memorável, no baile de máscaras, quando o Fantasma (Gerard Buttler)
ainda era um mistério, e os convidados de uma festa da alta classe
realizam um belo número musical, cantando "Masquerade", enfim, chega a
ser genial a composição de toda a sequência, em um salão gigantesco, com
arquitetura refinada e figurinos belíssimos, todos mascarados, cantando
e dançando numa coreografia perfeitamente realizada.
21º. Ataque ao Carro em Movimento (Filhos da Esperança, 2006)
direção de Alfonso Cuarón
Cuarón, provou exatamente neste filme, uma pequena obra prima do cinema, ser um dos melhores cineastas da atualidade, esta cena em questão prova justamente isso, sua competência como diretor. Ocorre aqui uma das cenas mais surpreendes que já vi, onde numa guerra entre civís num futuro não muito distante, um carro em movimento é atacado, vemos tiros, pessoas em desespero, e uma morte inesperada. Parece uma cena qualquer, mas não é, foi algo genial que Alfonso fez aqui, com uma câmera que gira do exterior para o interior do carro, misteriosamente sem corte algum, numa cena complexa, cheia de detalhes, e com muito movimento, Cuarón a realiza, não sei como o fez, mas ele conseguiu e ficou perfeito.
20º. A Batalha do Século (Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith, 2005)
direção de George Lucas
O porquê do título da cena? Porque foi a batalha do século no cinema, porque inúmeras pessoas pararam para ver como nasceu um dos maiores vilões da história da sétima arte, e esta batalha em questão marca exatamente este momento, é o elo entre as duas sagas criadas por George Lucas, entre o Episódio 3 e o episódio 4 (Uma Nova Esperança). Enfim começa a tão esperada luta entre Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor) e seu pupilo, Anakin Skywalker (Hayden Christensen), um evento nada menos que histórico e a cena é tão perfeita, com bons diálogos e efeitos magníficos, é quando Anakin entra de vez para "o lado negro da força" e como consequência desta cena, surge então, Sir. Darth Vader.
19º. A Força de uma Hattori Hanzo (Kill Bill - Volume 1)
direção de Quentin Tarantino
Kill Bill, o que seria do cinema sem você? Definitivamente, não seria a mesma coisa. Palmas para Tarantino por criar esta obra prima. Sendo um dos filmes mais memoráveis desta década, não poderia deixar de citar alguma cena, e houve uma em especial muito interessante, onde Beatrix Kiddo (Uma Thurman), em busca de sua vingança, e com sua Hattori Hanzo nas mãos vai atrás de O-Ren Ishii (Lucy Liu), entretanto para chegar até ela, Beatrix teve que lutar com todo seu exército e a cena foi épica, com movimentos ágeis e muita velocidade, Tarantino realiza aqui uma sequência deslumbrante, com muito sangue e muito estilo.
18º. Pelas Estradas desta Vida (Tudo Acontece em Elizabethtown, 2005)
direção de Cameron Crowe
No meu último post já provei toda minha admiração pelo trabalho de Cameron Crowe, o acho fantástico e todo filme dele tem uma grande cena, e Elizabethtown não poderia ser diferente. Já na parte final da trajetória de Drew Baylor (Orlando Bloom), depois de se apaixonar, conhecer toda sua família, lamentar a morte do pai e se descobrir e se aceitar com seus erros, ele, antes de partir da cidadizinha de Elizabethtown, embarca numa viagem, a pedido de Clair (Kirsten Dunst), e numa mistura de música (música boa), locações incríveis, no momento "road movie" do filme, Cameron coloca aqui toda sua identidade, e nós, como público, ganhamos um show a parte, ví na tela um momento de puro relaxamento, de reflexão, de adoração da vida.
17º. "É só um passeio, Zack" (Alpha Dog, 2007)
direção de Nick Cassavetes
[spoilers] Mesmo tendo em sua filmografia os adocicados "Diário de Uma Paixão" e "Uma Prova de Amor", Nick Cassavetes mostrou seu lado mais cruel e mais violento em "Alpha Dog", filme baseado em fatos reais, sobre um jovem que durante anos esteve entre os bandidos mais procurados. Em uma de suas ações, ele (Emile Hirsch) sequestou o irmão mais novo de seu inimigo, Zack (Anton Yelchin) como forma de chantagem, e o jovem deixa de ser apenas um refém quando conhece os amigos deste "alpha dog", conhece o submundo das drogas, da violência, mas conhece também a amizade, e é seduzido por ela. Nós, como público, também acreditamos nesta amizade, e devido a isso o final do filme é tão duro, tão forte, pois a cena em discussão, é quando Zack é traído e cai numa armadilha, e acreditando que era apenas um passeio, ele cai em sua própria sepultura. Surpreendente e emocionante, uma daquelas cenas que faz o coração parar e demorar horas para conseguirmos compreender o que ocorrera.
16º. Concurso Little Miss Sunshine (Pequena Miss Sunshine, 2006)
direção de Jonathan Dayton e Valerie Faris
A escolha desta cena é mais pelo significado dela do que pela composição em si. Até então, ao decorrer dessa deliciosa comédia independente, vemos um "road movie" sobre a busca de uma pequena garota de beleza fora dos padrões (Abigail Breslin, impecável) em ser miss, com a ajuda de sua família desajustada em uma kombi caindo aos pedaços. Eis que no final, o que Jonathan Dayton e Valerie Faris nos proporcionam é uma cena memorável, o desfile de pequenas crianças, pobres crianças, descobrindo o vazio e a inutilidade de querer ser bonita, e a futilidade da beleza, uma bela reflexão sobre o interminável desfile de moda que são nossas vidas. Não poderia deixar de citar a cena onde a família de Olive (Breslin) decide ajudá-la e vemos o espetáculo mais bizarro da década, dá um outro sentido para "vergonha alheia", pois nós, como público, temos a vontade de fazer algo estranhamente bizarro naquele palco e destruir toda aquela estrutura mentirosa e fútil. Palmas para a família mais ousada e adorável do cinema e palmas para os atores que deram nada menos que um show, Steve Carell, Toni Collette, Greg Kinnear e Paul Dano.
15º. Evacuação no Litoral (Desejo e Reparação, 2007)
direção de Joe Wright
Poderia listar inúmeras cenas deste filme, simplesmente porque ele é fantástico e é recheado de bons momentos. Um desses momentos tão incríveis, é uma sequência extremamente bem arquitetada por Joe Wright, onde é declarada a evacuação dos soldados norte-americanos em território francês, onde ocorria uma guerra e era lá onde estava o personagem Robbie, interpretado por James McAvoy. Ao ouvir gritos de alegria, ele e seus companheiros caminham até uma praia, era onde acontecia uma espécie de celebração, o fim de uma batalha, é então que a câmera de Wright nos proporciona uma visão ampla e privilegiada de todos os acontecimentos daquele local, e com uma trilha sonora emocionante (de Dario Marianelli), é como se estivéssemos lá, a cena não possui cortes e naquela locação gigantesca, inúmeras ações acontecem ao mesmo tempo, seja no fundo, na frente, a cena é contínua e possui riquíssimos detalhes. Admirável.
14º. A Mágica do Palhaço (Batman- O Cavaleiro das Trevas, 2008)
direção de Christopher Nolan
Sim, o Coringa de Heath Ledger foi um dos melhores vilões desta década, quem sabe até, da história do cinema. Em "O Cavaleiro da Trevas" não houve sequer uma cena em que ele aparecia que não fosse fantástica, irei citar apenas uma, mas lembrando que tudo o que ele fez neste filme foi épico. Sua primeira aparição, numa reunião de mafiosos de Gothan City, ele surge, com aquela sua voz assustadora e maquiagem de palhaço, eis que ele resolve fazer uma mágica, fazer um lápis desaparecer, ele consegue, o problema é que para isso ele usa a testa de um dos capangas do local. Rápida, mas uma introdução genial.
13º. Dançando no Universo (Wall-E, 2008)
direção de Andrew Stanton
"Wall-E" sem sombra de dúvida foi uma das animações mais incríveis já feita, e com a magnífica direção de Stanton, vemos na tela algumas belíssimas sequências, uma delas, é quando o robô Wall-E, fora da nave com Eva, sua grande paixão, descobre o poder de um extintor juntamente com a ausência da gravidade, mas acaba assustando sua parceira que até então permanecia desligada, até que ele lhe mostra a tal planta (que tentaram salvar o filme inteiro) e ela enfim o reconhece, é quando lhe dá um abraço e junto com ele, um beijo. Os dois resolvem dançar e a fazer uma pequena viagem pelo universo, diante de um cenário deslumbrante, com cores vibrantes, além, é claro, da trilha sonora emocionante de Thomas Newman. Enfim, uma cena que emociona pela simplicidade e prova o quão grandiosa é esta obra.
12º. O Sonho de Cobb (A Origem, 2010)
direção de Christopher Nolan
Mais uma obra prima desta década, "A Origem" é tão bom que não poderia ficar fora desta lista. A cena em questão, é quando Arthur, personagem de Joseph Gordon-Levitt, precisa dar continuidade ao impecável plano de Cobb (Leonardo DiCaprio), e enquanto todos da equipe de "invasores de sonhos" permanecem dormindo numa van em movimento, Arthur, que por sua vez, era o único que permanecia acordado em um dos estágios dos sonhos (enfim, só assistindo para entender), estava num hotel e acaba tendo alguns obstáculos, entre eles, lutar com alguns capangas, enquanto precisava retirar todos seus companheiros do local, que estavam dormindo. O problema é que os movimentos da van interferiam em suas ações, nos proporciando assim, um espetáculo visual, vemos então, uma luta épica que parece não haver gravidade, e entre socos, as personagens caminham pelas paredes e tetos. Memorável.
11º. A História dos Minutemen (Watchmen - O Filme, 2009)
direção de Zack Snyder
Zack Snyder mostra neste filme ser um dos diretores mais competentes de sua geração, prova disso é a belíssima introdução de "Watchmen". Já nos primeiros minutos nos deparamos com uma daquelas que seria, não só a melhor de todo o filme, mas uma das cenas mais fantásticas desta década. Ao som de "The Times They Are A-Changin" de Bob Dylan, vemos a história dos "Minutemen", heróis que surgiram na década de 40, e vemos em alguns minutos, enquanto corriam os créditos iniciais, toda a história, desde o começo glorioso do grupo, até o fracasso e a rejeição do mundo que eles ajudaram a salvar. O roteiro de Snyder é ótimo e em pequenas cenas e diversos cortes, conseguimos compreender toda uma trajetória, mais do que isso, vemos um cinema de extrema qualidade, visual, desde os figurinos e fotografia, até a incrível canção de Dylan, aliás, escolha perfeita.
10º. O Limite da Bondade (Dogville, 2003)
direção de Lars Von Trier
[spoilers] Alguns podem discordar, mas "Dogville", a meu ver, foi o melhor trabalho de Von Trier. A cena em questão, é a cena final, quando a personagem Grace (Nicole Kidman, magnífica) retorna a sua vila, o local onde fez o bem, onde tentou a tanto custo, plantar a honestidade e a harmonia, mas ela volta com um outro plano, com outras intenções, destruir com a vida daqueles que a fizeram mal e rejeitaram sua bondade. Só assistindo para compreender o poder que esta cena tem dentro da história, e só vendo toda a trajetória de Grace para compreender sua ação, e assim como toda obra de Lars Von Trier, aqui ele bagunça completamente nossos sentimentos e nossa mente, sentimos algo que desconhecíamos dentro de nós, a maldade, o limite da bondade de Grace passa a ser o nosso também, e por mais sádico que possa parecer, torcemos por sua vingança.
09º. A Metáfora do Milk Shake (Sangue Negro, 2007)
direção de Paul Thomas Anderson
"Sangue Negro" é um épico norte-americano, é uma daquelas obras que chegam de décadas em décadas, um filme espetacular. Parte deste espetáculo se dá pela grandiosa atuação de Daniel Day-Lewis, e graças a ele esta cena em questão é tão perfeita. Cena final, onde seu personagem, Daniel Plainview, no ápice de seu desespero e sua loucura tenta explicar seu poder para o pastor Eli Sunday (Paul Dano) e para isso resolve fazer uma metáfora utilizando o milk shake, ao invés, de seu glorioso petróleo. Mas ele vai além e resolve brincar de boliche, utilizando o próprio pastor como pino. Sádico, cruel, a cena é extremamente forte, mostra o quão monstruoso é este ser, é quando ele passa do limite, vai muito além do aceitável. A atuação de Day-Lewis é de deixar qualquer um sem palavras e por ele, uma das melhores cenas desta década. Destaque também para a cena do exorcismo, outra memorável.
08º. Não Coma! (O Labirinto do Fauno, 2006)
direção de Guillermo del Toro
Com o uso de uma maquiagem primorosa, a equipe técnica de "O Labirinto do Fauno" criaram uma das criaturas mais monstruosas e mais interessantes do cinema, o "Homem Pálido", e vai para sua presença no filme mexicano de Guillermo del Toro, uma das melhores da década. A personagem principal, seguindo às ordens de um misterioso Fauno, precisava realizar alguns testes, um deles era pegar uma chave numa sala gigantesca que era servido um delicioso banquete, era onde habitava o homem pálido, que guardava seus olhos nas mãos, e ela o acordaria se caso comesse alguma coisa da mesa, a criança curiosa resolve provar algo, é quando ele acorda, e é quando vemos uma das cenas mais apavorantes desta década, cheia de mistério e terror, sentimos uma certa curiosidade sobre aquele ser, tão interessante e tão macabro.
07º. Contato (Crash- No Limite, 2004)
direção de Paul Haggis
O vencedor do Oscar de Melhor Filme, "Crash" possui diversas cenas que poderiam ser listadas aqui, resolvi escolher uma para ilustrar a beleza deste roteiro. É quando a personagem de Thandie Newton (em uma de suas melhores performances) sofre um acidente de carro, deixando o veículo de ponta cabeça, é quando surge para salvá-la o policial (Matt Dillon), o problema é que era o mesmo policial que na mente dela, havia abusado sexualmente ao revistá-la em seu carro na noite anterior, mas havia apenas ele ali capaz de salvá-la. Nesta cena, vemos o orgulho daquela mulher ser engolhido, e que por trás daquele uniforme de policial havia um homem. A sequência é de tirar o fôlego, o desespero na face de Thandie Newton é agonizante, e toda a edição maravilhosa ajuda a dar o clima de tensão. "Crash" nos mostra com diversos personagens alguns encontros bem inusitados, quando cidadãos que vivem suas vidas isoladas enfim tem contato com outras vidas, e a maneira como este policial e esta mulher se encontraram, marca um dos melhores momentos desta obra.
06º. Fogos de Artificio (V de Vingança, 2006)
direção de James McTeigue
[spoilers] "Quem era ele? Ele era meu pai e minha mãe. Meu irmão, meus amigos. Ele era você e eu. Ele era todos nós". Este era o V de Vingança, o homem que carregava um ideal por trás de sua máscara e como seu ato final, usa um trem de Londres como sua sepultura, cercado de bombas, e ao trilhar, um grande espetáculo visual, a explosão do Big Ben, e como público, toda a população, seus seguidores, ao som de música clássica, a revolução silenciosa de V. E enquanto a personagem de Natalie Portman, Evey, assiti ao evento como despedida de seu mentor, as pessoas, nas ruas, despem suas máscaras e caminham em nome do ideal daquele herói. A cena é deslumbrante, toda a composição, a trilha sonora e todo o significado que ela representa para toda a história, um belíssimo final, uma belíssima sequência.
05º. Vida de Casado (Up- Altas Aventuras, 2009)
direção de Pete Docter
O grande erro da animação "Up" foi ter feito uma introdução tão perfeita, não havia como todo o resto do filme acompanhar o nível de excelência que a introdução alcançou. O início da obra é prova de um trabalho primoroso, onde conhecemos a vida de um rabugento senhor, Carl, desde sua infância quando forjava grandes aventuras, quando conhece sua grande amiga, Ellie, quando crescem e se apaixonam, quando começam a fazer planos juntos, quando se casam, quando descobrem a felicidade de estar com alguém que se ama, até a morte dela, e assim, também, o fim de sua felicidade. Ao som da maravilhosa trilha sonora de Michael Giacchino, a canção é incrível e eleva ainda mais o nível daquela sequência, vemos ainda uma animação riquíssima, mas o que acaba chamando tanto a atenção, é o roteiro, tão inteligente, tão bem elaborado, que em pequenas cenas consegue nos encantar como poucos filmes inteiros conseguiram e nos emociona pela sensibilidade e delicadeza com que trata a infância daquele senhor e de sua dolorosa perda.
04º. Pela Última Vez (Toy Story 3, 2010)
direção de Lee Unkrich
[spoilers] A saudade é um sentimento difícil de definir, de explicar, é tão complexa que nem mesmo no vocabulário norte-americano existe. Eis que uma cena surgiu e conseguiu através de imagens definir exatamente o que é saudade. No final de "Toy Story 3" o personagem Andy aos 17 anos de idade resolve brincar pela última vez com seus brinquedos, para a felicidade de Woody e sua turma. Durante os três filmes de Toy Story vemos este mesmo Andy crescer, e sofremos quando na última parte, ele tão interessado na faculdade e nas responsabilidades chatas da vida adulta esquece de sua infância, assim, esquecendo de seus brinquedos que passam o filme inteiro querendo apenas uma coisa, chamar sua atenção, eis que no final (e que final!!) Andy resolve dar uma chance a si mesmo, sem medo de parecer ridículo, reviver aqueles anos dourados, reviver um tempo que ficou para trás e por nada poderá retornar. A cena é de uma beleza rara nos cinemas, não há como não se emocionar com ela.
03º. O Final do Sonho Lúdico (Vanilla Sky, 2001)
direção de Cameron Crowe
[spoilers] Outra cena memorável de Cameron Crowe, que constrói um belíssimo final na adaptação do longa espanhol "Abre Los Ojos", conseguindo superá-lo principalmente pela sua parte final, onde o personagem de Tom Cruise, David, chama o suporte técnico para dar um filme em seu sonho lúdico, onde durante um bom tempo viveu uma vida perfeita, entretanto para acordar deste sonho, David teria que enfrentar seu maior medo, ou seja, a altura, e para isso ele é levado para o terraço de um gigantesco edifício. É neste cenário, sob o céu de baunilha, que David descobre toda a verdade, é onde também que se despede de sua grande paixão (Penélope Cruz). Toda a revelação e as despedidas, juntamente com o belíssimo pano de fundo e uma canção emocionante de Sigur Rós, Crowe constrói o ambiente perfeito para um final perfeito, com belíssimos diálogos, toda a cena tem um clima de adeus, e encanta. É como um sonho inesquecível.
02º. "Quando foi a última vez que você viu Dave?" (Sobre Meninos e Lobos, 2003)
direção de Clint Eastwood
[spoilers] Umas das melhores obras de Eastwood, sem sombra de dúvida. Um filme marcante e tocante, com direito a um final surpreendente. A cena escolhida foi exatamente a última do longa, onde as personagens de Kevin Bacon e Sean Penn discutem sobre os últimos acontecimentos, sentados na calçada, eis que surge a pergunta "Quando foi a última vez que você viu Dave?". Parece uma simples pergunta, mas para quem viu o filme sabe a importância dela e a dor e o peso que ela implica, mais forte ainda é sua resposta, dada por Jimmy (Penn), quando aponta seu dedo para frente e diz que a última vez que o viu fora na infância. Neste momento, Jimmy deixa de revelar algo muito importante, muito mais do que isso, ele diz uma triste verdade, a de que Dave (Tim Robbins) nunca mais conseguira ser o mesmo desde que fora sequestrado pelos "lobos". Enfim, só assistindo para compreender o peso que este simples diálogo trás.
01º. A Última História (Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas, 2003)
direção de Tim Burton
Decidir a melhor cena da década não é uma tarefa fácil e também está longe de ser uma verdade absoluta. Todas as cenas citadas possuem sua importância. Esta, do filme "Big Fish", que considero o melhor trabalho de Tim Burton, acredito que é uma das que mais me emocionou nesta década, principalmente pelo significado que ela tem perante toda a história. Neste momento, Will Bloom (Billy Crudup), que depois de ter renegado sua vida inteira as histórias "mentirosas" de seu pai (Albert Finney), ao vê-lo em seu leito de morte, decide entrar na brincadeira, e enfim contar sua história. A história de que salvaria seu pai, de que eles correriam de carro pela cidade e que ele o carregaria até um lago, cercado por uma floresta, é neste momento em que entramos na imaginação de Will que estivera fechada o filme inteiro, é neste momento em que vemos todas aquelas personagens, criação ou não de Edward Bloom (Ewan McGregor), vemos o gigante, as gêmeas siamesas, o dono do circo, a bruxa, e toda a estranha população de Espectro, enfim, todas as história de Bloom, ali reunidas, ao som da belíssima trilha sonora de Danny Elfman. Esta cena é tão grandiosa, tão bela, tão tocante, jamais consegui esquecer, e por isso, o primeiro lugar.
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