quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Crítica: Orgulho e Esperança (Pride, 2014)

Indicado na categoria Melhor Filme - Comédia no Globo de Ouro deste ano, "Pride" é, definitivamente, um evento. Por ter passado despercebido aqui no Brasil, o longa não gerou expectativas e devido a isso, acaba se tornando uma grata surpresa, um privilégio para aquele que o encontrar.

por Fernando Labanca

A trama do filme fora baseada em fatos reais e nos leva ao ano de 1984, na consolidada Parada Gay em Londres, onde um grupo ativista de gays e lésbicas decide juntar dinheiro em prol da greve dos trabalhadores de minas que já estava em andamento. Na época, o governo de Margaret Thatcher estava prestes a avançar com o plano de destruir vinte minas de carvão, e como consequência disso, acabar com empregos e comunidades. Os mineiros, assim como os homossexuais da época, também faziam parte de um grupo minoritário, que precisavam enfrentar não só o governo, mas a mídia e o público em geral. É neste cenário que surge Joe (George MacKay), que acabara de completar vinte anos e frequenta sua primeira Parada, se deparando com estes ativistas que logo o fascinam, se encontra, longe da repressão de sua família. Liderados por Mark (Ben Schnetzer), esse grupo entra em contato com uma pequena comunidade de mineiros no País de Gales, decididos a doar o dinheiro e a voz diante da greve. No entanto, os membros deste pequeno vilarejo não se sentem confortáveis em receber apoio de gays e lésbicas, apesar de necessitarem de ajuda, o choque com essas pessoas vai contra a tudo o que acreditavam.


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Crítica: Beasts of No Nation (2015)

Primeiro longa-metragem original da Netflix, o filme dirigido por Cary Joji Fukunaga, nasce como um marco da indústria audiovisual, logo que fora lançado via streaming simultaneamente com algumas salas de cinema, nos Estados Unidos. Poucas salas, aliás, mas o suficiente para colocá-lo na corrida para as grandes premiações. Trata-se de uma obra grandiosa, bem realizada, mas que será lembrada muito mais por sua revolução mercadológica do que por suas qualidades.

por Fernando Labanca

A Netflix, ao longo dos últimos anos, tem modificado esta relação entre o público e a TV, com seu conteúdo sob demanda. A empresa já havia se consolidado entre as produções de séries, conseguindo reconhecimento, inclusive no Globo de Ouro e Emmy, e agora decide investir em filmes (e quem sabe uma indicação ao Oscar!), chegando a investir cerca de $12 milhões para ter os direitos de exibição de "Beasts of No Nation" e ainda tem outros títulos a serem lançados, via streaming, até o final do ano.

A obra, por sua vez, teve seu lançamento no último Festival de Toronto e fora baseado no romance homônimo de Uzodinma Iweala. O longa narra o drama de crianças-soldado na África e conta com a narração do pequeno Agu (Abraham Attah), que no meio de uma Guerra, acaba perdendo toda sua família e na fuga se depara com um exército rebelde, liderado pelo Comandante, interpretado por Idris Elba. E neste mundo sem lei, Agu se vê como um animal selvagem, tendo sua infância roubada, matando para não morrer.


terça-feira, 20 de outubro de 2015

TOP Guilty Pleasure: Os 15 filmes que odiamos amar


"Guilty Pleasure" é um termo usado no cinema para relacionar aqueles filmes que, digamos, não temos muito orgulho de gostar. Aquele que guardamos no nosso íntimo e só revelamos o que achamos caso alguém pergunte, do contrário, jamais revelamos o quanto amamos/somos essas obras, que assistimos quase todo final de semana ou não perdemos a oportunidade de ver a cada vez que reprisa na TV.

por Fernando Labanca

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Crítica: Força Para Viver (Rudderless, 2014)

Primeiro longa-metragem dirigido pelo ator William H.Macy, "Rudderless" é muito mais do que aparenta ser. Passando pelo drama familiar ao musical descompromissado, o filme acaba se tornando uma das tramas mais chocantes e mais tocantes do ano.

por Fernando Labanca

Após a morte de seu filho adolescente, Sam (Billy Crudup) abandona a carreira de executivo e se vê cada vez mais perto do fundo do poço. Desmotivado, ele acaba encontrando forças quando recebe de sua ex-esposa (Felicity Huffman), uma caixa com objetos que pertenciam ao garoto. Ali, ele encontra letras de músicas e algumas gravações originais, descobrindo, então, um lado de seu filho que desconhecia, um talento jamais revelado. É então que Sam resolve subir ao palco e cantar essas canções como forma de superar sua perda, não demorando muito até que o jovem Quentin (Anton Yelchin) entre em seu caminho, fascinado por sua qualidade musical, ele se mostra disposto a montar uma banda com o desconhecido. Sucesso em um bar local, eles montam a "Rudderless", sem ninguém imaginar o que realmente motiva aquele estranho homem solitário a continuar cantando.


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Crítica: Ex Machina - Instinto Artificial (Ex Machina, 2014)

A ficção científica foi se desgastando ao longo dos anos e por isso digo que é sempre bom ter a chance de encontrar pérolas como "Ex Machina", que vai muito além do que oferecer ótimos efeitos visuais, oferece uma trama complexa, repleta de incríveis ideias e momentos tão intrigantes que o colocam, facilmente, na lista dos bons exemplares que o gênero lançou nos últimos tempos.

por Fernando Labanca

Alex Garland, diretor do filme, é no mínimo, um sujeito muito talentoso. Escreveu o livro "A Praia" que virou um longa-metragem pelas mãos de Danny Boyle em 2000, com quem voltou a trabalhar em "Extermínio" (2002) e "Sunshine" (2007), porém, como roteirista. Se não fosse o bastante, ainda escreveu o roteiro de "Não me Abandone Jamais" (2010) e "Dredd" (2012). É um currículo e tanto, e Garland, mostrou, através dessas obras, sua admiração pela ficção científica, sempre realizando, produtos de extrema originalidade. "Ex Machina" se junta a esses filmes, que se destaca dentre tantos que são lançados. A obra também é a prova de que ele sabe muito bem como conduzir suas boas ideias para tela, logo que se trata de sua primeira empreitada como diretor e podemos afirmar que começou extremamente bem, realizando um trabalho marcante, de uma qualidade notável.


quarta-feira, 30 de setembro de 2015

22 FILMES QUE PRECISAMOS VER ATÉ O FINAL DO ANO


Os dias estão voando e em breve chegaremos ao final de 2015. Já tivemos a chance de ver excelentes filmes este ano, no entanto, ainda há alguns títulos interessantes a serem lançados até dezembro. Pensando em me organizar e preparar o emocional de outros cinéfilos, resolvi fazer uma lista de tudo que está para chegar nos cinemas. Desta forma, selecionei 22 obras na qual tenho maiores expectativas e que prometem ser mais relevantes.

Preparem as agendas e os bolsos!

por Fernando Labanca

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Crítica: Entre Risos e Lágrimas (Obvious Child, 2014)

Comédia independente que fez sucesso pelos Festivais que passou mas que acabou tendo um destino injusto aqui no Brasil, sendo lançado diretamente na TV. Bastante original, o longa se destaca por sua coragem em debater assuntos pesados de forma leve e descontraída, além de revelar o talento de Jenny Slate.

por Fernando Labanca

Donna (Slate) é quase como uma versão masculina de Louis C.K, em sua série Louie. Comediante sem muito sucesso, ela sobe aos palcos em pequenos bares para apresentar seu stand up. Entre os dramas de sua vida, é lá que ela sente força em fazer piada de toda sua desgraça, como forma de encontrar alguma lógica em sua vida sem rumo. Após ser abandonada por seu namorado e despedida de seu emprego, Donna chega a conclusão que tudo, definitivamente, está perdido. É neste momento de crise, que ela acaba conhecendo o bom rapaz Max, com quem passa uma noite. Pouco tempo depois, ela descobre que está grávida e não sabe como lidar com esta novidade, parte porque não quer envolver um cara que mal conhece em toda essa confusão e parte porque tem a certeza de que não tem maturidade e nem condições de criar um filho.


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Crítica: Que Horas Ela Volta? (2015)

No começo deste ano, algo surpreendente aconteceu: um longa-metragem brasileiro venceu um importante prêmio de atuação no Festival de Sundance, consagrando, assim, as atrizes Regina Casé e Camila Márdila, além de ser premiado no conceituado Festival de Berlim. Tal repercussão internacional elevou a expectativa em torno de "Que Horas Ela Volta?". A verdade é que, mais do que superar aquilo que prometia, a obra é tão fantástica que passa a ser, facilmente, um marco no nosso cinema atual.

por Fernando Labanca

Regina Casé interpreta Val, que deixou sua pequena filha em Pernambuco para trabalhar como empregada doméstica em uma mansão de São Paulo. Além de cuidar da casa, ela acaba cuidando de Fabinho, o único filho dos patrões Bárbara (Karine Teles) e Carlos (Lourenço Mutarelli). Morando integralmente no local, Val é como se fizesse parte da família e acredita ser tratada como tal, até que, treze anos depois, recebe uma chamada inesperada de sua filha Jéssica (Camila Márdila), que diz estar indo para São Paulo devido a uma prova de vestibular. Os patrões a recebem de braços abertos até o momento em que ela se mostra contra as "regras" de convivência ali instauradas, e quase como num ato de rebeldia, começa a questionar o que faz dos donos da casa tão superiores à sua mãe.


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Crítica: Corrente do Mal (It Follows, 2014)

O terror é um gênero que pouco tem nos oferecido algo de bom, por isso é tão compreensível a fama repentina de "It Follows" e como muitos já o tem citado como um dos melhores dos últimos anos. Não que seja uma obra-prima, mas ao menos é um produto de qualidade, que vai além do que estamos acostumados a ver. É um filme que respeita o cinema e o seu público.

por Fernando Labanca

A premissa de "Corrente do Mal" pode parecer bem bizarra, e de certa forma, até é. No entanto, seu roteiro é tão bem trabalhado e a construção de seu universo é tão sólida e convincente, que a ideia, ao longo do filme vai se tornando interessante e bastante promissora. Basicamente, é sobre uma força maligna transmitida através do sexo, onde o mal ganha forma de uma pessoa, seja conhecida ou não, e que ninguém mais vê a não ser o novo portador dessa maldição. Esse ser tentará matá-lo e a única maneira de se livrar é justamente transando com outra pessoa. O longa começa quando a jovem Jay (Maika Monroe), que após um encontro sexual, começa a ser atormentada por estranhas visões, além de ter a constante sensação de que está sendo perseguida. Assim que descobre a verdade, ela, ao lado de seus amigos, tenta encontrar uma maneira de dar um fim e não apenas dar continuidade a esta corrente. 


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